A Associação Médica de Goiás promoveu, no dia 23 de junho, o Encontro Médicos na Política, com a presença do presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. Hiran Gallo, e do médico e deputado federal Zacharias Calil. Dentre os presentes, também estavam o diretor financeiro da Associação Médica de Goiás, Dr. Rui Gilberto Ferreira, e o diretor-cientifico adjunto, Dr. Waldemar Naves do Amaral, idealizador do evento.
De acordo com Dr. Waldemar do Amaral, um dos principais objetivos do encontro foi fomentar a participação da classe médica na política brasileira. “O médico é um ser político. Ele precisa ser atuante na política brasileira, em busca de melhorias para a saúde pública e nos demais setores públicos. Temos que unir forças para eleger colegas médicos que estarão ao nosso lado nas lutas de classe”, salientou.
Para o Dr. Rui Gilberto, a contribuição dos médicos na política será fundamental para conquistas importantes como a aprovação do Plano de Carreira de Estado para todos os profissionais que atuam na saúde. “Também é de nosso interesse, a aprovação da PEC Mais 10, projeto de lei que obriga o governo federal a gastar 10% do que arrecada no setor da saúde. O governo federal hoje obriga os municípios a gastarem 15% da sua receita, os Estados 12%, no entanto o próprio governo federal gasta em torno de 6 a 7% da sua receita”, analisa.
Dr. Rui Gilberto ainda cita a Lei do Ato Médico “que deve ser cumprida em todo o território nacional, além da luta pela proibição do aumento indiscriminado de escolas médicas e do funcionamento daquelas incapacitadas para o ensino”, acrescenta.
O cirurgião pediátrico e deputado federal Zacharias Calil afirma que os médicos perderam espaço na política e, por isso, é preciso que eles se envolvam em benefício da classe e de toda a população. “Temos muito a fazer. A Tabela SUS está defasada. O Revalida Light quer que médicos formados fora do país em cursos de baixa qualidade entrem em no país de forma facilitada. Há uma abertura de novas faculdades de Medicina de baixa qualidade, inclusive com professores que não são médicos. Recentemente, foi lançada a Portaria do Ministério da Educação aumentando número de alunos nas Faculdades de Medicina. Situações que precisam ser combatidas, pontua.
Zacharias ressalta que vê a falta de participação do médico na política como uma falta de estímulo. “Entrei para a política com a finalidade de construir um Hospital Pediátrico que Goiás nunca teve. É a minha motivação. Além de levantar verbas parlamentares para atuar na área da saúde em praticamente todos os municípios do Estado”, reflete.
Segundo o deputado, o médico é formador de opinião e possui um conhecimento amplo de diversas situações em que pode contribuir. “Problemas que ele também enfrenta como cidadão”, destaca, dando como exemplo a reforma tributária. “O sistema tributário brasileiro é complexo, difícil de fiscalizar, promove desigualdades e amplia possibilidades de sonegação. Nós precisamos melhorar os investimentos em políticas públicas e diminuir as desigualdades”, argumenta.