Autor : Maisa Lima – Assessora de Comunicação da AMG19
A Associação Médica de Goiás (AMG) , marcando as comemorações em torno do Dia do Médico – 18 de outubro -, disponibilizou a primeira teleaula do seu projeto inovador de Telemedicina. O tema abordado, Combate à Mortalidade Materna, é uma contribuição dos ginecologistas e obstetras Clidenor Gomes Filho e Eduardo Castro.
“Esta iniciativa da AMG, uma das mais importantes entidades representativas da classe médica no Estado, é de extrema relevância. Eu não posso deixar de cumprimentar a entidade por esta inovação”, pontua Clidenor, que também é mestre em Saúde Coletiva e presidente do Comitê Estadual de Mortalidade Materna, que é aquela decorrente de complicações na gestação ocorridas até 42 dias após o término da gravidez.
Clidenor destaca a importância do assunto abordado nesta teleaula. “Normalmente ouvimos falar muito em mortalidade infantil. A mortalidade materna tem ficado em segundo plano. Em Goiás, ela é alta, conforme os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS). Enquanto a recomendação é que este índice fique abaixo de 20 óbitos para 100 mil nascidos vivos, no Estado ele é superior a 50”, preocupa-se o profissional.
Classificação
As mortes maternas são classificadas como obstétricas diretas e indiretas. Os óbitos diretos são os que resultam de complicações surgidas durante a gravidez, o parto ou o puerpério (até 42 dias após o parto), decorrentes de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou de uma cadeia de eventos associados a qualquer um desses fatores. São as mortes consideradas evitáveis. Já os óbitos indiretos decorrem de doenças preexistentes ou que se desenvolvem durante a gestação e que são agravadas pela condição da gravidez, como os problemas circulatórios. O principal desafio é reduzir os óbitos decorrentes de causas diretas.
Para Clidenor, o primeiro passo é dar mais visibilidade ao problema. “Sem reconhecê-lo, não temos como enfrentá-lo”, argumenta. Ele também destaca a importância de um maior investimento no pré-natal, acompanhamento que deve acontecer tão logo seja constatada a gravidez e, além de melhorar a qualidade da assistência ao parto, propiciar um planejamento familiar adequado.
Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES) Goiás registrou redução de 33% no número de casos de mortalidade materna em 2011. De janeiro a setembro do ano passado, foram contabilizados 24 óbitos de mulheres decorrentes de complicações na gravidez e no parto, 12 casos a menos em relação ao mesmo período do ano anterior. No Brasil, entre janeiro e setembro do ano passado, foram registrados 1.038 óbitos maternos, o que representa redução de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas causas. Somo se vê, houveram avanços, mas o problema ainda exige muita atenção das autoridades do setor e dos profissionais de saúde.
Para conferir a teleaula, basta acessar o link http://www.nutts.medicina.ufg.br:85/vplayer.php?v=telessaude/combate_mortalidade_materna