AMG NA MÍDIA

Autor : Jornal O Popular

No dia 18 de outubro comemora-se o Dia do Médico. Para nós, da Associação Médica de Goiás (AMG), não deixa de ser emblemático que este momento, que deveria ser de homenagem, transcorra numa hora de luta da categoria contra os abusos praticados pelas operadoras de planos de saúde.

No País, a expectativa é de que os médicos suspendam atendimento a planos de saúde por até 15 dias neste mês de outubro. Em Goiás, até o momento, a categoria já decidiu paralisar o atendimento – entre os dias 17 e 19 – dos planos Amil, Cassi, Capesesp, Fassincra, Geap, Imas e Promed. O que exigimos nada mais é que uma assistência de melhor qualidade para os pacientes e a valorização da medicina. O movimento alcançará somente a assistência eletiva: urgências e emergências serão tratadas normalmente.

A saúde suplementar brasileira carece hoje de credibilidade. Recente levantamento realizado pelo Datafolha/Associação Paulista de Medicina (APM) mostra que 15% dos entrevistados (1,5 milhão de pessoas) afirmam ter recorrido ao Sistema Único de Saúde (SUS) em média 2,6 vezes e 9% (950 mil usuários) ao atendimento particular em média duas vezes, nos últimos 24 meses. Ora, isso reflete a grande insatisfação de pacientes usuários do sistema, assim como de médicos prestadores dos serviços. Não é possível manter qualidade nos serviços com o atual aviltamento dos honorários médicos.

Não custa lembrar que, antes de chegar a essa medida extrema – a paralisação do atendimento –, o movimento médico brasileiro tem buscado incessantemente o diálogo com as empresas da área de saúde suplementar, mas os avanços são insatisfatórios. O que está em jogo é o exercício profissional de 170 mil médicos e a assistência a quase 48 milhões de pacientes. Afinal, nos últimos 12 anos, os reajustes das mensalidades dos planos somaram 150%, portanto, 30% acima da inflação acumulada no período (120%). Já os honorários médicos não obtiveram, no decorrer desse tempo, nem 50% de aumento, como atesta a Associação Médica Brasileira (AMB).

Além de reajuste dos honorários, a categoria pede o fim da interferência antiética das operadoras na relação médico-paciente. Também reivindica a inserção, nos contratos, de índices e periodicidade de reajustes – por meio da negociação coletiva pelas entidades médicas – e a fixação de outros critérios de contratualização.

Reivindicações essenciais. O Ministério da Saúde recebeu, dia 2, comunicado formal sobre este grande protesto organizado pelos médicos contra as empresas que operam no setor da saúde suplementar. Voltamos a reiterar que os pacientes não serão prejudicados com a mobilização dos médicos. As consultas serão remarcadas posteriormente e não haverá paralisação nos atendimentos de casos de emergência.

Rui Gilberto Ferreira é presidente da Associação Médica de Goiás (AMG)

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