Fonte : Folha de S. Paulo –
O trabalho de encontrar pacientes que sejam voluntários em aulas de cardiologia está perto do fim na USP de Ribeirão Preto. A solução atende pelo nome de Harvey
Trata-se de um boneco com reações sofisticadas, que simula pulsação e problemas cardíacos em diferentes intensidades e locais do corpo, para apontar possíveis doenças cardiovasculares. Harvey, em funcionamento há um mês, foi assim batizado como referência a William Harvey, um dos mais importantes estudiosos do sistema circulatório.
O protótipo fala e vê: sua “voz” é a do professor, que, em outra sala, orienta o aluno observado pelos “olhos” do boneco. O simulador custou US$ 50 mil, financiados pela USP, e é capaz de simular 33 tipos de doenças. Harvey não é usado para ensinar o aluno a entubar o paciente ou a operá-lo. Ele é útil para uma etapa anterior, a do diagnóstico da doença cardíaca.
A diferença do protótipo para tantos outros bonecos já em uso nas aulas de medicina está na sutileza e quantidade de sinais do sistema circulatório que ele demonstra, de acordo como é programado, Harvey pode simular sopro em diferentes posições do coração e do corpo, com intensidades distintas.
Para mostrar, por exemplo, que um coração está se dilatando, sinal de uma anomalia, o coração de Harvey passa a bater mais forte não na altura do mamilo esquerdo, como é comum, mas sim na chamada “ponta do coração”, na lateral do corpo.