Fonte : Agência Câmara –
Médicos estrangeiros que quiserem exercer a profissão no Brasil devem continuar sendo, obrigatoriamente, aprovados no Revalida, prova aplicada pelo governo para verificar se eles têm a formação adequada para atender a população brasileira. Essa posição foi consenso entre os participantes da audiência pública promovida nesta quarta-feira (15) pelas comissões de Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Seguridade Social e Família da Câmara.
O presidente da AMB, Florentino Cardoso, afirmou que as entidades médicas nacionais não são contra a vinda de médicos estrangeiros. “Desde que passem por uma avaliação adequada”, destacou Cardoso. “Qualquer um que queira trabalhar nos Estados Unidos, Canadá ou qualquer país da Europa, tem que passar por avaliação criteriosa. E nós defendemos o Revalida como meio de avaliação”, disse.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, destacou que a reprovação dos médicos formados do exterior no Revalida chegou a 95% em alguns anos. Segundo ele, isso mostra que o processo de avaliação dos médicos formados no exterior deve ser rigoroso, sob pena de colocar em risco a saúde e a vida da população.
O presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital, também afirmou que a classe médica não é contra a vinda de médicos formados no exterior – seja na Bolívia, em Cuba, Espanha, Portugal ou na Inglaterra. “Mas não podemos aceitar que eles não sejam aqui avaliados nas suas qualificações, comprovando sua condição de exercício da profissão, como acontece com o médico brasileiro, quando vai para qualquer outro país exercer a sua profissão.”
Posição idêntica é a do deputado Damião Feliciano. Entretanto, o deputado Dr. Rosinha defende a flexibilização da prova para médicos que venham exercer a profissão temporariamente na área de atenção básica à saúde. “Eu sei que hoje, o número de médicos formados é insuficiente para dar uma resposta imediata a esse processo. Acho que uma das alternativas pode ser a contratação temporária de médicos estrangeiros ou médicos brasileiros formados no exterior. É lógico que, para ter essa contratação, tem que se levar em consideração a qualidade dessa formação.”
Já o presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, Dr. Rosinha, defende uma avaliação alternativa. “O Revalida é um exame que se torna definitivo no País; ele torna um médico apto para atuar no mercado brasileiro da Medicina. Se ele vem para um trabalho provisório, eu posso ter outro mecanismo de avaliação que não o Revalida.”