- Considerando que o mundo está vivendo uma experiência cruel e desastrosa provocada por uma pandemia viral, neste momento.
- Considerando que o acometimento pelo coronavírus em humanos ocorreu há poucos meses.
- Considerando que o entendimento da doença Covid19 é recente, e aplicações de diagnóstico e tratamento carecem de evidências científicas e vivências clínicas.
- Considerando que tudo é novo nesta pandemia, e até a Organização Mundial de Saúde não consegue ter uma postura linear no enfrentamento ao vírus, apresentando decisões discordantes e conflitantes dia-após-dia.
- Considerando que apenas 3 situações são consensuais no manejo da Covid19, as quais referem-se à prevenção primária: 1- O uso de máscaras; 2- A higienização das mãos ( água e sabão/ álcool) e 3- Distanciamento social.
- Considerando que o diagnóstico clínico sindrômico é inespecífico, e que os exames sorológicos apresentam baixa sensibilidade, observa-se que o padrão-ouro é a pesquisa viral através de PCR nasofaringeano.
- Modelo pré-hospitalar e B- Modelo hospitalar.
No modelo pré-hospitalar frente à doença instalada, considerando clinicamente a mesma em 3 fases, pratica-se na fase I (inicial) o uso dos medicamentos descritos na profilaxia acrescidos de Azitromicina e anticoagulante (Heparina de baixo peso molecular).
Para a fase II (Intermediária) acrescentam-se a corticoterapia tipo Prednisona e pode-se fazer a troca de Azitromicina por outro antibiótico de largo espectro. Para fase III (Avançada) o doente deve estar sob internação, com acesso à UTI com indicação para intubação e soro de convalescente.
- Modelo Hospitalar
Este modelo defende o uso de sintomáticos até a fase 3, onde pratica-se no ambiente hospitalar, em UTI, procedimentos tipo intubação para os casos que necessitam.
Diante da polarização da classe médica frente a estes 2 modelos, e entendendo que transformaram o ato médico em conotações politiqueiras, a AMG defende que o primeiro principio basilar da bioética (a autonomia) deve ser respeitado e praticado de forma plena pelos médicos e pelos pacientes.
Defende, ainda, que a prática de transformar o ‘’ verbo em ação’’ deve ser estimulada, onde o modelo que me convence devo praticá-lo a todos os pacientes (pobres/ricos/desconhecidos/ membros da minha família e para mim mesmo).
A AMG defende, por fim, que o médico não deve omitir ao paciente a possibilidade dos 2 modelos aventados, e, assim, permitir que a autonomia da vontade dos pacientes seja respeitada na plenitude.
Em defesa das boas práticas em Medicina, a AMG orienta e recomenda a preservação da AUTONOMIA do Médico e do Paciente com ampla independência / não omissão aos pacientes e liberdade do uso dos 2 modelos de abordagem da COVID19 retro referidos, enfim que prevaleça o estimulo da boa postura técnica, profissional e ética, onde o VERBO (discurso) seja igual a AÇÃO (garantindo o atendimento de equidade democrática extensa a todos os pacientes).
Goiânia, 4 de julho de 2020
José Umberto Vaz de Siqueira
Presidente da Associação Médica de Goiás
Waldemar Naves do Amaral
Diretor científico da Associação Médica de Goiás