Obra de Ubirajara Galli conta fatos importantes da radiologia goiana desde os seus primórdios, em 1928, na cidade de Ipameri
Lançado no dia 26 de novembro de 2012, na sede do Cremego, o livro “Estudo da História da Radiologia – Sua Presença em Goiás”, do escritor Ubirajara Galli faz um resgate da história da radiologia em Goiás, e contou com a colaboração ativa do radiologista e presidente do Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás (Sindimagem), Carlos Alberto Ximenes.
O escritor Ubirajara Galli se propôs a fazer a pesquisa que trouxesse luz a perguntas como Onde entrou o primeiro aparelho de raio-X no Estado? Quem foram os primeiros radiologistas na capital e em Goiás? Em Goiânia, quando foi a inauguração do serviço de radiologia? As pesquisas foram realizadas em vários tipos de documentos, internet, entrevistas com pioneiros. “O Ubirajara esteve em Ipameri fazendo pesquisas em meios de comunicação locais. Em Goiânia ele pesquisou em listas telefônicas que mostravam a publicidade dos médicos da época. O Ubirajara é um pesquisador formidável”, comemora. “O estudo foi bastante bem feito. Foram descobertos fatos que ninguém imaginava. Por exemplo, a primeira cidade que recebeu o primeiro aparelho de raio-X no Estado de Goiás foi Ipameri, pelas mãos do médicoAntônio Raimundo Gomes da Costa, diferentemente do que se pensava antes e em uma data nunca antes imaginada, em 1928”, relata Ximenes. Segundo ele, isto aconteceu graças a estrada de ferro que passava na região.
E as surpresas foram acontecendo a cada descoberta. “Em Goiânia, tivemos outra grande notícia agradável. A primeira pessoa que trabalhou com o raios-X na capital foi o professor Newton Wiederhecker. Ele era um médico cirurgião, veio para Goiânia, montou seu hospital e trouxe o aparelho raio X portátil. Foi quando começou a história goianiense de radiologia”, destaca. Quem narrou esta história foi o genro de Newton Wiederhecker, Gilson Antunes de Oliveira, famoso nefrologista de Goiás e recentemente falecido. Sobre Ipameri, a fonte foi Hugo Frota Filho, neto do dono do primeiro aparelho raio-X. Outro local de destaque foi Morrinhos, onde o aparelho de raios-X chegou por meio de Jurandir Vasconcelos, história que teve o relato de seu filho, Mauro Vasconcelos, também médico.
Em Goiânia, a radiologia começou a se desenvolver nas décadas de 40 e 50, quando entraram alguns aparelhos por meio do Instituto Goiano de Radiologia, fundado pelo radiologista José Normanha de Oliveira, cujo trabalho teve continuidade com os filhos radiologistas João Normanha e Leonardo Normanha. “Também foram entrevistados alguns pioneiros da Clínica Radiológica de Goiânia como Nabyh Salum e Aluízio Ramos de Oliveira”, comenta.
CÉSIO 137
No livro são relembrados ainda dois tristes fatos da história da radiologia goiana: a história do acidente radioativo com o Césio 137, em 1987, e do Celobar, um contraste utilizado para estudo do tubo digestivo que foi falsificado e matou alguns pacientes em Goiânia no ano de 2003.
Fatos ligados à política classista dos radiologistas, como a criação da Sociedade Goiana de Radiologia, Sindicato de Imagens, Associação das Clínicas Radiológicas e as cooperativas dos radiologistas do Estado de Goiás estão registrados na obra. “Este resgate foi importante porque nós não sabíamos da história da especialidade. E se achávamos que sabíamos, estávamos presumindo erroneamente. Um livro que ficará guardado na história e servirá como fonte de pesquisa para estudantes e para todos aqueles que querem conhecer melhor a especialidade”, conclui Carlos Alberto Ximenes.